O QUE HOUVE COM OS médicos?

Sim, fiz questão diminuir a palavra médicos no título... isso é um protesto. É impressionante o que esses profissionais da saúde têm feito: de tudo e mais um pouco, menos o seu trabalho. Digo isso porque nos últimos tempos todas as vezes que fui a algum medical doctor, eles diagnosticaram até o fio do meu cabelo, menos os sintomas dos quais me quiexei. Resultado: saio do consultório na mesma. Não estou ficando doida, olha só esse exemplo. Eu estava com muita fraqueza, dor no pescoço e acordava cançada, mas cançada mesmo, de não conseguir sair da cama. Marquei a consulta com um endocrinologista e lá fui eu, feliz e contente achando que iria ter pelo menos uma hipótese de solução. Era um senhor de cabelo branco, enfeitava seu local de trabalho - como todo médico - com fotos de família e umas quatro esculturas de muito mal gosto. Ah não, peraí, a do canto direito da mesa é uma réplica em corte longitudinal de um olho humano, de íris azul piscina, claro. Entrei e me sentei numa cadeira bem dura ao contrário da dele que parecia abraçá-lo. Pô! A doente aqui sou eu! Mas relevei o detalhe. Fui explicando tudo o que estava sentindo e que tinha visto na internet que poderia ser algum distúrbio hormonal. ALERTA: nunca diga a um médico que pesquisou na internet, eles ficam furiosos. O doutor nem olhou na minha cara, ficava digitando em seu computador branco-jaleco da Apple. Quando terminei, mediu minha pressão e perguntou se já tinha feito exame de tireóide, cuja resposta foi não, enquanto sua impressora barulhenta cuspia um papel. Quanto deu a pressão doutor? Está ótima. Não era o que havia perguntado, mas deixa quieto. Me entregou o papel, me disse para fazer todos aqueles exames e voltasse assim que tivesse os resultados. Fui no laboratório, tirei metade do meu sangue - exagerada eu? Imagina - e voltei com a papelada depois de uns dias. Taí doutor. Ele olhou, olhou, olhou e olhou mais um pouco, era coisa para cacete. Tá tudo certo contigo, só o LDL (colesterol ruim) que deu um pouco alto. Vai ter que deixar de comer churrasco, linguiça, hambúrguer, bacon... Tive que interrompê-lo: mas eu lhe disse que sou vegana, já não como essas coisas. Então, continuou, corte os queijos amarelos, leite, ovos e pizza. Doutor, eu não como essas coisas, mas ele nem deu bola. Passe a comer peixe ao invés de carne. Doutor, peixe é carne. Que burro, dá zero pra ele! Descrevi toda minha alimentação e ele disse que era muito boa. Ah então é alguma barriguinha que você tem, pratique exercícios. Depois dessa, desisti. O cara nem me examinou para saber se quer existia uma barriguinha alí. Me lembro de quando era criança, que os médicos examinvam o paciente. Botavam aquele palito agoniante na língua, apertavam a barriga, apalpavam, olhavam os ouvidos, olhos e por aí vai. Saí do consultório com os sintomas mais fortes ainda, foi aí que me deu um estalo: deve ser stress, fui pesquisar na internet, tratei com homeopatia e estou bem melhor. Se tem uma coisa que os médicos têm pavor, é a internet. Acho que se sentem ameaçados sei lá, mas se aquele fulano odeia tanto a internet, por que diabos não tirava a cara do Apple branco-jaleco e não examiva, vamos dizer, de modo old school? Essa foi só uma das experiências que tive com esses profissionais modernésimos... eu heim, tô fora. Ai, enquanto escrevo me deu uma pontada forte no peito, vou marcar uma consult... não, é melhor procurar no Google.

3 comentários:

  1. Aline, também já vi tantas vezes essa "novela"...dá raiva mesmo. Por isso valorizo tanto um médico DE VERDADE quando o encontro. Infelizmente muitos deles são BUROCRATAS da saúde, nem fazem questão de olhar para nós e nos examinar: querem logo ir nos empurrando uma receitinha alopática que, muitas vezes, poderia ser evitada...

    Isso sem contar que muitos tem uma visão bastante parcial do paciente, querem saber apenas dos sintomas da doença ou do mal estar, sem investigar as causas...

    Bj!

    Sil
    esquinadasil.blogspot.com

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  2. Pois é Sil, olhar a pessoa como sistema completo de corpo, mente e algo mais além da matéria, infelizmente foi esquecido por alguns ditos doutores.

    Bjs!

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