Paguei Mico Com Meus Ídolos-Parte 1

Quem me conhece, sabe da minha admiração pela dupla de músicos Kleiton e Kledir. Antes que me perguntem besteira, já aviso: só porque se trata de uma dupla, não são sertanejos e sim, eu detesto esse tipo de música, nada contra mas sertanejo não me agrada e ponto. Ano passado, acabei conhecendo a dupla virtualmente. Foi por intermédio de umas pessoas muito queridas que também conheci virtualmente (algumas pessoalmente), que fazem divulgação na web. Ah, muito confuso de explicar, só sei que entrei de gaiata e acabei virando elo dessa corrente de amizade, onde os guris de Pelotas se encontram.  Nunca os tinha visto pessoalmente, nem em show. Porém, sempre foram tão gentis e fazem um trabalho musical tão bom que me tornei fã de verdade e amiga de trocar e-mails. Em junho desse ano, veio o tão esperado show em Brasília. Alguns dias antes, recebi um e-mail do Kleiton com o assunto "convite". Antes de abrir, pensei que fosse convite para entrar no show, nos bastidores, sei lá. Ah, mas para minha alegria, era muito melhor que isso, recebi a seguinte mensagem:

"Oi Aline,
Tudo bem?
Queremos, Kledir e eu, fazer um convite a você para participares como convidada especial em nosso show em Brasília.
Pensamos em propor cantarmos juntos  a música Felicidade, do Lupicínio que é sempre bem aceita no roteiro, e é mais ou menos no meio do show. É uma canção que seria simples de prepararmos entre outras vantagens mais.
Pensa o que achas e fica a vontade para decidir, caso não te sintas a vontade com esse tipo de repertório (cantas normalmente em inglês).
Se aceitares, seja bem vinda a bordo. Nesse caso temos que combinar um encontro antes do show.
Beijos,
Kleiton"

Quase caio da cadeira. Fiquei completamente insegura, será que seria boa o suficiente para apresentar com eles? Não tenho medo de palco mas... sei lá. Depois de pedir conselhos e ouvir broncas, decidi aceitar. Ah, eles são experientes, não me chamariam se achassem que não fosse capaz. Eles chegaram em Brasília um dia antes do show, a Silvana (também do grupo que citei, gente finíssima) já havia pego com o Kleiton o horário que chegariam. Se não estivesse muito cansado, nos encontraria para jantar. Silvana e eu ficamos conversando pelo google talk e especulando a hora do vôo dos guris. O horário que Kleiton havia dado, não existia no site da Infraero. Primeiro mico: duas marmanjas procurando o avião que nossos ídolos iriam chegar. Só faltou arrumar um telescópio e ficar procurando no céu. Me senti uma groopie, mas uma groopie feliz, e daí. Depois de um tempo rindo de nós mesmas, a Sil me liga avisando que o Kleiton ligou, já estavam na cidade e estava morrendo de fome. Oba, passaremos lá. Roberto e eu pegamos o carro,buscamos a Sil e fomos para o hotel. Chegando na recepção, Silvana pediu ao rapaz engravatado que ligasse para Kleiton Ramil. Ele deu o número do quartoe apontou um telefone perto do balcão. Silvana discou: "Alô, Kleiton? Ah, o rapaz deve ter dado o número errado. É a Silvana, estou aqui com a Aline e o Roberto. Vou ligar lá então." Antes que pudesse perguntar quem era, Silvana discou o outro número, desta vez correto e disse que o músico já estava descendo. "Mas que era antes?". "Ah, era o Kledir, disse que vai descer também para dar um abraço." Fiquei feliz? Não, imagina. Silvana trazia na bolsa um presente do Peru que há tempos tinha prometido para o Kleiton. Era um chullo, um tipo de gorro para o frio que cobre as orelhas. Rapidamente aparece um Kleiton que sorria e todo agasalhado. Deu um abraço na Silvana (já se conheciam), um abraço em mim (não sei mas teho a impressão que o apertei demais) e um aperto de mão no Roberto, como dois gaúchos que se prezem. Nem foi de muito papo, só foi direto na bolsa da Silvana perguntando: Cadê? Cadê? Enquanto ríamos daquele comportamento fofo, ela lhe entrega o chullo. " Agora vai ter que experimentar," dizemos quase em coro. "Não, vocês vão rir de mim." Porém, acabou cedendo, ficou muito bom e veio a calhar pois estava frio. Nesse tempo desce Kledir mais empacotado que o irmão. Mesmo rito, abraços, beijinhos e aperto de mão. Vira-se para mim e diz sorrindo: "E aí, vamos cantar?". Soltei um vaaaaaaamos, asim bem longo, com convicção. Depois de muita conversa para decidirmos onde iríamos comer, resolvemos sair dalí e ir a um restaurante alí perto. Kledir esfregando as mãos (como sente frio esse guri) disse que iria também. Oba, vai ser uma festa. E foi! Eu de motorista, Roberto do lado e atrás, exatamente nessa ordem, estavam Kledir, Silvana e Kleiton. Pois é, a Sil teve a coragem de separar a dupla. Tá, tudo bem, é inveja. Eu faria o mesmo. Segundo mico: Não sei porque, mas me vi completamente perdida no caminho. peguei a rua errada umas três vezes, ai que vergonha. Pelo menos estavam se divertindo alí atrás, Kleiton falava pelos cotovelos de um instrumento que nunca tinha ouvido falar, o que os levou a cantar uma música em castelhano. Não entendi nada. Me senti a tia do ônibus escolar, só que doidinha para fazer parte da festa. Finalmente achei a rua do restaurante. Kledir muito observador, notou algo estranho naquela rua. "Vamos comer na farmácia?". Silvana e eu caímos na risada, e ele continuou. "Como chama aqui, setor de farmácia?". Realmente, aquela rua é conhecida como "rua das farmácias", devia tê-los levado à rua dos restaurantes, seria mais óbvio. Estacionei um pouco longe, não havia vagas. Enquanto andávamos até o restaurante, Kledir entrava numa farmácia e saía, andávamos mais um pouco, entrava em outra e saía. Perguntei o que estava procurando na esperança de poder ajudar, mas logo veio o irmão e protestou:"É que ele não pode ver uma farmácia que vai entrando." Nos abrimos. Comportamento típico de irmãos. 

Continua...

PS: Silvana tem um blog muito mais... vamos dizer... experiente que o meu. Ah, é mais legal mesmo e não tem erros de gramática como o tramas. Confiram Esquina da Sil, é viciante.

3 comentários:

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  2. Ahahhahahahahhahahahahahahhahahahahahhahahahahahahahhahahahahahahaaahhahahahaha....
    Aline, obrigada por me fazer reviver e rir horrores com essa história da qual tive a felicidade de fazer parte...minha nossa, que figuras, não é mesmo?

    Eles nos puseram no fogo em momentos diferentes: você com tua voz linda no palco da Expotchê de 2010 e eu tocando o violino dele no Teatro da Caixa em 2007...são experiências únicas. Depois que passa, você para e pensa se não foi sonho, eheh. Muito bom!

    Quanto à perda do caminho, Aline, confesso que só depois de um tempão reparei que havia algo errado, ahahaha. Também pudera...era conversa sobre o tema A no meu ouvido direito, e sobre o tema B no meu ouvido esquerdo. Eu louca pra participar das duas conversas, procurava manter cada metade de meu cérebro ligada em cada um dos Ks para não perder nada. Que farra, parecia mesmo um ônibus escolar. Aline, só não te ajudei no volante porque não sei dirigir, eheheh, então fiquei com o privilégio de separar fisicamente os dois irmãos no banco de trás. Kleiton ainda brincou: "Kledir, não aperta muito a Sil não, senão Humberto não vai gostar", ahahah.

    A título de curiosidade, a música que eles começaram a cantar e tentei cantar junto mas não consegui porque descobri que eles cantam uma versão e eu outra é "Cancion y Huayno", também conhecida por "Poco a Poco", uma música folclórica peruana.

    Beijão!

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  3. Esqueci de te agradecer por me incluir no seleto grupo de gente finíssima que você citou no texto. Muchas gracias! :)))) Sabia que também te reciproco, viu? (Aff, acabei de inventar o verbo "reciprocar" agora, gostou? :))))

    Outro beijão!

    Sil
    esquinadasil.blogspot.com

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